PENSAMENTOS DA MAYSA: SÓ AS MÃES SÃO FELIZES?

4 de setembro de 2015

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Eu sei que hoje é sexta, venho eu com um PENSAMENTO super profundo, e tenho certeza: polêmico! Mas essas palavras me saltam o peito, e se um blog nada mais é que um espaço para dividir dicas, descobertas, truques e reflexões, sinto que devo usá-lo instintivamente para despertar o pensar em todas vocês!
Estou re-lendo o livro Só as Mães são felizes, escrito por Regina Echeverria, através de um longo e verdadeiro depoimento de Lucinha Araujo, mãe de Cazuza. Quando li a primeira vez, eu já era mãe da Duda, com 7 meses, tinha 24 anos e a menor idéia do que de fato seria a maternidade.
Achei o livro emocionante, porque sempre fui fã de Cazuza, e li querendo saber mais sobre ele… Parecia que os sentimentos da mãe, me passaram um tanto despercebidos.
Hoje relendo, diria a todas as mães, independente de suas convicções, religiões, conceitos e pré-conceitos: Leiam! Percebam o quanto apesar de nossas melhores intenções, nossos filhos são seres independentes de nós, que cortado o cordão umbilical, desligados da amamentação, dados os primeiros passos, levarão seus tombos, escolherão seus caminhos, por mais que sempre estejamos perto, tentando protegê-los.
Cazuza foi filho único, criado na primeira infância com rigidez militar, empenho e dedicação de uma mãe que só queria que seu filho tivesse o melhor futuro. Exigente, Lucinha impunha horários de estudo, acompanhava de perto, ensinava, cobrava, repreendia, batia (naquela época era normal criança apanhar), e assim foi até que ele completasse 10 anos…
Na adolescência Cazuza se rebelou, começou a matar aula, ficar de recuperação, falar que ia para escola e sumir, se vestir de forma inadequada aos padrões maternos, “fugir” da mãe, se aproximar do pai, de forma conveniente, revelando-lhe apenas o lado bom… Como se os “surtos” da mãe, fossem exageros, descompensados.
Toda mãe pensa: Onde foi que eu errei??? Mas será que de fato errou? Será que embora tracemos um padrão de vida conveniente, brilhante, fantástico para nossos filhos, não tenhamos que respeitar seus “destinos”, sua cruzes, suas encruzilhadas?
Hoje eu tenho uma pequena adolescente em casa, quase 12 anos, como ela diz. Fui bastante rígida com ela, segui padrões Içami Tiba de educação, li todos os livros do mestre. Coloquei no Ballet, Kumon, levei à missa, deixei de castigo, repreendi, estimulei… Mas senti que precisava mudar um pouco a conduta, para que ela continuasse minha “amiga”.
Agora ela me conta que seu coração pulsa pelo amiguinho tal, e minha vontade é falar: “Pára com isso menina! Você ainda é criança!” Mas eu engulo seco, faço a tática da mãe-moderna-amiga, e pergunto com naturalidade sobre este pulsar de coração. E ela me conta tudo (eu acho), me diz que só quer namorar com 13 anos (eu penso, ufa!), que agora prefere guardar seus sentimentos em segredo. Conta também que algumas amiguinhas já beijaram, que as mães não sabem, e que ela acha cedo (ufa! De novo!). Onde foi que acertei? Será que acertei?
Lendo “Só as mães são felizes”, caio na real, que foi com 12 anos que grande parte das escolhas aconteceram na minha vida. Meu primeiro beijo, as primeiras dores no coração, a primeira vez que me ofereceram cigarro, bebida, e outros perigos. Sei lá como foi que meus pais acertaram, para que dali pra frente, eu soubesse escolher caminhos que não me colocassem em uma fria!
Cazuza, fumou maconha, aprendeu a tomar Whisky, virou Hippie de Boutique, “rebelde sem calça”, como ele mesmo dizia. Deu tantas dores de cabeça à Lucinha, e demonstrava interesse zero por qualquer profissão que fosse. Frustrada, perdida, sem rumo, aquela mãe lutava sem desistir, para que seu filho único descobrisse um Dom, uma aptidão, sua missão no mundo. Todos temos uma!
Meio que por acaso, após idas e vindas, um dia Cazuza entrou para o teatro, e ali fez um musical, que o revelou cantor… Lucinha sempre na platéia, no sofá, à espera… Brigando, aplaudindo, lutando sem cansar por aquele filho que podia dar em nada, mas que ainda podia dar certo. Só as mães são felizes? Sim! E não!
O Cazuza cantor caiu de paraquedas em um conjunto (hoje a gente fala banda) pronto, chamado Barão Vermelho, isso era em meados de 1981! Pronto, parecia mágica, que aquele grupo de garagem, meio tosco de início, começou a escrever história na música brasileira. E Cazuza, descobriu seu Dom, transformar a vida em poesia! Um letrista rebuscado que começou falando de amores frustrados e terminou instigando o jovem nacional se posicionar!
Ideologia! Precisamos, queremos, devemos, ter uma para viver! Brasil, que forte, o menino de Lucinha conseguiu falar com o BRASIL, e exigir-lhe postura, decência, pulso firme, para mostrar a sua cara… Então 25 anos após a sua morte, Cazuza faz o maior sentido! Todo sentido! e deixou páginas e páginas de palavras “mágicas”, que embalaram amores, fizeram fundo às dores, e que impulsionam nosso pensamento crítico, como se tivessem sido escritas ontem a noite, logo após as notícias do Jornal Nacional!
Lucinha diz que foi muito feliz, ao ser tiete número 1 de seu filho, que apesar dos porres, e das loucuras, ele foi de fato muito próximo, muito carinhoso e muito grato em seus 10 últimos anos de vida. Ele foi o melhor amigo de seus pais, e vice-versa, ele foi transparente, sincero, provocou dores, mas provocou amores, flores…
Na platéia ela assistiu Cazuza existir, e no fim teve que vê-lo partir… Devagar, com dor, com sofrimento… Logo agora, depois que o menino virou homem-artista-respeitado-aclamado… Logo agora que ele sabia que queria lutar por um país melhor, logo agora que ele tinha em seus pais, uma proximidade sem barreiras ou bloqueios…
E com 32 anos, em casa, fraco, debilitado ao último grau, ele se foi! Fechou os olhos de vez, e se despediu daquela mãe que tanto o amou! Daquele pai que se apaixonou pelo filho, que se tornou seu grande amigo… Nossa, que dor!
Hoje, eu, Maysa, mãe de uma menina de 11 e um menino de 5, sinto meu peito apertar de dor, quando leio as palavras de Lucinha… Mas sou grata por tudo que ela me revelou, de forma tão verdadeira, e transparente, neste comovente depoimento.
Pouco tempo depois de sua morte nasceu a SOCIEDADE VIVA CAZUZA, que abriga crianças portadoras do HIV, ajudando-lhes a ter tratamento adequado e uma chance na vida. Um dia, sentada no escritório da Sociedade, Lucinha, se pegou chorando de saudade… Sua dor foi interrompida pelo barulho das gargalhadas da criançada no pátio. Ela olhou pela janela, e sentiu um alívio inexplicável no peito. Tinha um pouquinho de Cazuza, em cada criança que corria ali. Foi sua obra, foi sua história, foi sua coragem em vir a público, dizer: “Eu tenho HIV”, que fez com que tudo aquilo ali fosse possível…
Lucinha há mais de 20 anos, é “mãe” de cerca de 140 pequenos Cazuzas, abrigados pela Sociedade Viva Cazuza, para que possam crescer com tratamento médico, educação e dignidade. Dali saem para mundo jovens que tiveram uma chance na vida, de construir uma história diferente daquela que nasceram “fadados” à viver!
Para mim, o desejo de que eu possa conduzir a vida dos meus filhos por um caminho do qual eu me orgulhe. Que eu saiba respeitá-los em suas individualidades, que eu não os perca para vida, e nem os sufoque, que eu seja sempre a casa para onde eles retornem, e que Deus me permita entender os dissabores, e aproveitar as flores…
Bjo bjo bjo de Mamãe, Maysa! 


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PENSAMENTOS DA MAYSA: Um Beijo!

20 de fevereiro de 2015

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Um beijo gigante para a infância de outrora! Para aquele tempo sem plugs e versões novas de gadgets e aplicativos… Um beijo para quem brincava no quintal da vó, para quem tomava banho de mangueira, chupava cana no sítio do avô!!! Um beijo para quem comia gemada, não tinha medo de vitamina de abacate, subia no pé de seriguela, e fazia careta com o azedinho doce daquela conquista… 
 
Um Beijo para quem balançava na rede com toda a velocidade, para quem tinha medo de comer manga e tomar leite… Para quem sentava em baixo do pé de amora e só saía com o dedo roxo, e o estômago feliz! Um beijo para quem pedia benção, escutava história de espírito em volta da fogueira, e sabia que se brincasse com fogo, iria fatalmente fazer xixi na cama… 
 
Um beijo para quem falava sem parar, falava sem pensar, cantava sem cessar… Para quem era espontâneo, para quem era engraçado, para quem corria descalço, para quem pedia licença, para quem lambia a panela do bolo, para quem comia nega maluca ainda quente e nem ligava para a dor de barriga… 
 
Um beijo para quem sonhava em crescer, trabalhar bastante e ser gente decente que nem o pai! Um beijo para quem não se perdeu no filtro, na pose, no título… Para quem não faz tipo, nem se afoga no limbo digital, que disfarça o caos da vida real, que já não tem a melodia singela e sincera do passado não tão distante, quando o mundo era a rua, o bairro, o colégio, a vizinhança… 
 
Agora perdeu-se a fronteira, o referencial deu bobeira, e a gente não sabe mais para quem um beijo, se pode enviar! Então eu envio ao vento, um beijo de discernimento, para quem deseja, de verdade, se resgatar! E botar a cara a tapa pra dizer que tem defeitos, que é normal, que a vida não é sempre sensacional e que é exatamente a nossa pequenez que nos faz gigantes através do AMOR! O amor à DEUS, aos nossos, ao que não está necessariamente ao alcance do olhar fulgaz dos observadores digitais! Um beijo para quem ainda vive!!! 
 
Maysa Leão


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RETROSPECTIVA 2014: Meus Looks, Meus Pensamentos…

30 de dezembro de 2014

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Aquele momento lindo chamado retrospectiva… Lindo para quem alcançou os objetivos, né?!? Angustiante para quem sofreu grandes perdas, ou na verdade perdeu tempo… As vezes perdemos, tempo, que é sagrado, apostando em projetos que não dão certo, em relacionamentos que não valem a pena, ou até mesmo em nada. É complicado olhar para trás e pensar que não se fez, nada. Mas o fim de um ciclo nos dá a chance de retroceder, olhar para trás, fazer um balanço de tudo o que passou, e definir novos objetivos. Se tudo deu errado, você já sabe que precisa mudar de estrada, se tudo deu certo, você reconhece que está no caminho ideal. O importante é nunca deixar de sonhar, e correr atrás, porque as coisas sempre podem melhorar! Eu adoro essa retrô dos meus looks, porque eu clico na “tag” aqui no blog, e volto lá em janeiro, vou olhando look a look, e sempre me impressiono com as transformações. Eu acredito que com o exercício da Moda, acabei desenvolvendo um gosto mais eclético, adoro fazer experimentações, não tenho medo de brincar com estampas e acessórios. Mas as vezes a gente olha e pensa: Meu Deus! Eu usei isso??? Hahaha! E por outras, nos encantamos com aquela produção que vestimos em um dia de pura inspiração, que ficou marcada no nosso coraçãozinho fashionista. Escolhi 12 looks, sendo 2 marcados pela Copa do Mundo, que apesar do mal desempenho do Brasil, dos escândalos de corrupção, e das obras mal feitas, foi incrível, no quesito alegria! Espero que vocês gostem de rever os momentos “look do dia” do Mala com Rodinha, que sempre foram clicados com muito carinho, para vocês!!!

 

É isso!!! 2014 teve altos e baixos, foi um ano intenso, de definições políticas importantes, de recessão em muitas áreas do comércio, embora também tenha sido um ano de sucesso para muita gente! Eu desejo que 2015 seja marcado por mais autoconsciência, autoamor, e também pela construção de uma sociedade mais ética e generosa. Que as pessoas sejam menos críticas, mais amigáveis, mais participativas e pró-ativas. Eu termino esse post com uma frase, de um cantor que eu sempre amei, mais pela poesia de suas músicas, do que por qualquer outra característica: “IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PRA VIVER” {Cazuza}.  Vamos buscar, ideologia, debate saudável, evolução espiritual, religiosidade, amor ao próximo, respeito… Com certeza, seremos mais felizes assim!
Bjo bjo bjo!


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