QUANDO A VIDA SAI DO TRILHO

20 de abril de 2013

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Essa semana eu recebi um telefonema que me fez perder o chão… Uma nova amiga, a quem eu conheço pouco, que porém me cativou através de seus olhos límpidos e sorriso aberto, me disse que está com câncer.
Eu senti uma dor tão grande por ela, que humildemente veio me dar a notícia, para que eu, apenas uma conhecida, compreendesse a sua ausência e falta de tempo… Eu conheço tanta gente e vivo em um meio social tão grande, mas sinto vez ou outra que há muitos lugares cheios de ninguém!
Sempre ouço me dizerem que eu preciso frequentar rodas sociais e grandes eventos. Eu que sou figura pública, preciso deste traquejo e de me relacionar com as pessoas da sociedade. Sinceramente não é esta a minha criação. Meus pais jamais frequentaram tais rodas, nem ao menos são figuras da alta sociedade. 
Eu fui criada por 2 médicos, excelentes profissionais, reconhecidos pela Academia de Medicina, e pela sociedade científica nacional. 2 professores que podem dizer que TODOS os médicos formados na cidade de Cuiabá foram seus alunos. São professores fundadores das 2 faculdades de Medicina que aqui há.
Mas não são apontados quando chegam em restaurantes, nem mesmo são interrompidos por fotógrafos em lugares públicos. São fantásticos pais, são o Porto-Seguro de duas famílias, são comuns. 
Essa semana quando a vida da minha nova amiga saiu do trilho, eu lembrei que diante de Deus somos todos iguais!  Que ELE, tem um plano para cada um de nós, que sequer temos sabedoria para entender. ELE não se importa com a bolsa de matelassê, nem com o sapato de sola vermelha… Desde pequena eu ouvi dizer que para Deus, estamos todos nus.
A roda da vida não pára para que a minha nova amiga sinta dor, o trânsito continua nauseante, as contas chegam sem parar, o comércio gira, as festas acontecem… Pessoas malucas disseminando ódio em redes sociais continuam aumentando as estatísticas de que educação e elegância são comportamentos em extinção.
Não que eu não “ame” os sapatos, as bolsas, os looks… Sou eu, Maysa Leão, blogueira de moda, que vive intensamente o universo fashion… Mas esta semana eu chorei, chorei, chorei… Por uma pessoa que eu conheço há “5 minutos”, pela sua dor, pela ausência de opção, pela gravidade do diagnóstico que ela recebeu e pela luta diária que ela passou a enfrentar.
É isso que importa! A vida, os sorrisos, a novela dos oito, que nos deixa com raiva… O que importa é o cheirinho de feijão na hora do almoço, o noticiário assistido em família, o sorriso… O sorriso das crianças, o abraço gratuito que recebemos dos nossos filhos. O que importa é ser reconhecido por quem te ama. É amar-se, cuidar-se e fazer da sua vida algo que tenha sentido quando você se olha através dos olhos do coração.
Eu tenho orgulho de ser a pessoa pública mais reclusa que eu conheço, eu sou grata por meus pais terem me ensinado respeito ao próximo, seja ele o porteiro do meu prédio ou o dono de um império. Eu sou mais feliz porque tenho um marido que me ama, e que luta junto comigo, para que nós possamos usufruir esta vida com entusiasmo e alegria. Eu sou importante demais para dois sereszinhos que me foram enviados por Deus, que nasceram de mim e que me amam gratuitamente.
Eu aprendi que o trem da vida pode sair a qualquer hora do trilho, e que não importa se o seu assento é na primeira classe ou se você está viajando com o maquinista. O que importa é a experiência vivida, é o amor que você  pôde distribuir, e o quanto você foi capaz de marcar os corações daqueles que te olham e te dizem: EU TE AMO.
À minha nova amiga, o meu desejo de força, luta, fé e CURA! Que Deus lhe cubra de bençãos, que você possa ver seus dois filhos crescerem, e que você continue podendo olhar nos olhos das pessoas com teus olhos limpos, que você consiga inundar os que te cercam com aquele sorriso aberto do dia em que te conheci. A todos nós, o pensamento, a reflexão e a humildade em saber que no fundo estamos todos despidos no trem da vida, e que a qualquer momento tudo pode mudar!
Maysa Leão.


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QUANDO A VIDA SAI DO TRILHO

20 de abril de 2013

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Essa semana eu recebi um telefonema que me fez perder o chão… Uma nova amiga, a quem eu conheço pouco, que porém me cativou através de seus olhos límpidos e sorriso aberto, me disse que está com câncer.
Eu senti uma dor tão grande por ela, que humildemente veio me dar a notícia, para que eu, apenas uma conhecida, compreendesse a sua ausência e falta de tempo… Eu conheço tanta gente e vivo em um meio social tão grande, mas sinto vez ou outra que há muitos lugares cheios de ninguém!
Sempre ouço me dizerem que eu preciso frequentar rodas sociais e grandes eventos. Eu que sou figura pública, preciso deste traquejo e de me relacionar com as pessoas da sociedade. Sinceramente não é esta a minha criação. Meus pais jamais frequentaram tais rodas, nem ao menos são figuras da alta sociedade. 
Eu fui criada por 2 médicos, excelentes profissionais, reconhecidos pela Academia de Medicina, e pela sociedade científica nacional. 2 professores que podem dizer que TODOS os médicos formados na cidade de Cuiabá foram seus alunos. São professores fundadores das 2 faculdades de Medicina que aqui há.
Mas não são apontados quando chegam em restaurantes, nem mesmo são interrompidos por fotógrafos em lugares públicos. São fantásticos pais, são o Porto-Seguro de duas famílias, são comuns. 
Essa semana quando a vida da minha nova amiga saiu do trilho, eu lembrei que diante de Deus somos todos iguais!  Que ELE, tem um plano para cada um de nós, que sequer temos sabedoria para entender. ELE não se importa com a bolsa de matelassê, nem com o sapato de sola vermelha… Desde pequena eu ouvi dizer que para Deus, estamos todos nus.
A roda da vida não pára para que a minha nova amiga sinta dor, o trânsito continua nauseante, as contas chegam sem parar, o comércio gira, as festas acontecem… Pessoas malucas disseminando ódio em redes sociais continuam aumentando as estatísticas de que educação e elegância são comportamentos em extinção.
Não que eu não “ame” os sapatos, as bolsas, os looks… Sou eu, Maysa Leão, blogueira de moda, que vive intensamente o universo fashion… Mas esta semana eu chorei, chorei, chorei… Por uma pessoa que eu conheço há “5 minutos”, pela sua dor, pela ausência de opção, pela gravidade do diagnóstico que ela recebeu e pela luta diária que ela passou a enfrentar.
É isso que importa! A vida, os sorrisos, a novela dos oito, que nos deixa com raiva… O que importa é o cheirinho de feijão na hora do almoço, o noticiário assistido em família, o sorriso… O sorriso das crianças, o abraço gratuito que recebemos dos nossos filhos. O que importa é ser reconhecido por quem te ama. É amar-se, cuidar-se e fazer da sua vida algo que tenha sentido quando você se olha através dos olhos do coração.
Eu tenho orgulho de ser a pessoa pública mais reclusa que eu conheço, eu sou grata por meus pais terem me ensinado respeito ao próximo, seja ele o porteiro do meu prédio ou o dono de um império. Eu sou mais feliz porque tenho um marido que me ama, e que luta junto comigo, para que nós possamos usufruir esta vida com entusiasmo e alegria. Eu sou importante demais para dois sereszinhos que me foram enviados por Deus, que nasceram de mim e que me amam gratuitamente.
Eu aprendi que o trem da vida pode sair a qualquer hora do trilho, e que não importa se o seu assento é na primeira classe ou se você está viajando com o maquinista. O que importa é a experiência vivida, é o amor que você  pôde distribuir, e o quanto você foi capaz de marcar os corações daqueles que te olham e te dizem: EU TE AMO.
À minha nova amiga, o meu desejo de força, luta, fé e CURA! Que Deus lhe cubra de bençãos, que você possa ver seus dois filhos crescerem, e que você continue podendo olhar nos olhos das pessoas com teus olhos limpos, que você consiga inundar os que te cercam com aquele sorriso aberto do dia em que te conheci. A todos nós, o pensamento, a reflexão e a humildade em saber que no fundo estamos todos despidos no trem da vida, e que a qualquer momento tudo pode mudar!
Maysa Leão.


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NÃO DEIXE O SAMBA MORRER!

8 de fevereiro de 2013

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Quando leio manifestos contra o carnaval fico perplexa com a facilidade que o povo brasileiro tem de apagar a sua própria história. Esquecer que as raízes da nossa trajetória estão fincadas em solo raso. Somos um povo relativamente jovem, sem muita memória, fruto de uma colônia de exploração.
Povo que já nasceu traumatizado, que apanhou e que apanha até hoje. Apanhamos de políticos corruptos que não tem vergonha na cara e que roubam deslavadamente nosso dinheiro. Políticos estes que nós elegemos porque votamos sem pensar, pela obrigação de estar lá e não pela vontade de mudar, de fazer alguma coisa por nós mesmos.
Não fazemos panelaços como na Argentina, não acampamos na porta do Palácio do Planalto como na França, não colocamos fogo em praça pública como na Espanha. Parece até que temos medo de que o  feitor possa nos amarrar de volta à Senzala e nos castigar pela ousadia…
Mas daí a culpar o carnaval! Ahhhhh tenha dó! O carnaval não enche a cara, nem dirige alcoolizado, o carnaval não faz sexo sem camisinha, nem violenta pessoas. Não é o carnaval que assalta, nem mesmo o carnaval seria capaz de ofuscar Renan Calheiros no poder. O carnaval não é pão e circo como querem pregar por aí…
São pessoas sem civilidade que cometem tais atrocidades, são as mesmas pessoas que o fazem no dia “do trabalho,” “das mães,” “dos Pais”, e até no Natal. São pessoas ogras que vivem por aí pisando no outro, na lei, na regra e na convivência em sociedade.
O samba é expressão musical, o samba é história de vida, o samba é o ritmo que impulsiona o passista Sorriso, que passou a vida na labuta como lixeiro, transparente, invisível. Foi no samba que a diarista descobriu a arte, a arte de dançar, de dominar os pés, de erguer a cabeça e cantar com toda a força que há em seus pulmões! O samba da porta-bandeira, que gira e encanta, que sabe esconder o peso dos 50 kgs de sua fantasia e de sua saga, de sua luta, de sua história de vida.
Há quem veja somente a corrupção em tudo, há quem veja o dinheiro que rola solto no carnaval, há quem veja o tráfico de drogas e o jogo do bicho…
Pois eu vejo o samba, e clamo: Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar…
No carnaval eu distribuo sorrisos, me impulsiono a parar por aqueles dias e agradecer. Agradecer a Deus por ser brasileira, buscar dentro de mim o orgulho de ser um povo que sabe fazer magia com purpurina. Na cadência do samba eu sou feliz, fantasio meus filhos e lhes digo: Vibrem! Pulem entre confetes e serpentinas, ouçam a letra pura das marchinhas, marchinhas que meus avós, meus pais, eu, e agora eles, dançamos.
Ahhh não culpem o carnaval pelas mazelas de quem muito abre a boca e nada faz! O carnaval é do povo, do povo que não viaja para Europa, do povo que não vive em condomínio, do povo que não se esconde atrás do vidro fumê de seus carros de luxo, do povo que não tem Wi Fi, banda larga, vida farta…
Deixem o carnaval em paz, preservem o samba, busquem passar para frente a cultura de um povo que luta o ano inteiro e que merece seus 4 dias de alegria! Se a revolta lhes pesa os ombros, saiam do seu cotidiano protegido, arregacem as mangas, revoltem-se, mudem, gritem nas ruas, peguem suas panelas de teflon e comuniquem-se com quem precisa ouvir.
Mas faça-me o favor de respeitar o samba. Faça-me o favor de deixar o morro descer para avenida, faça-me o favor de calar-se enquanto a cuíca tocar, o cavaco chorar, o pandeiro vibrar, e com licença, porque é chegada a hora da bateria passar!
(Maysa Leão) 


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