VENDE-SE AUTOESTIMA NA JOALHERIA

10 de junho de 2012

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Há muito tempo atrás em um mundo tão tão distante as mães compravam autoestima na feira. Todos os domingos elas saiam com suas sacolas de lona colorida e escolhiam tomates, cenouras, batatas, abobrinhas e bastante autoestima.
Chegando em casa a mãe zelosa logo ia adiantando o almoço, uma bela sopa com todos os ingredientes escolhidos a dedo. Sopa era mais fácil, afinal uma casa com 5 filhos tinha uma demanda pesada.  Mãe naquele tempo faxinava, lavava roupa, passava, cozinhava, cuidava de todo mundo e ainda conseguia costurar, bordar, tricotar…
Sentados à mesa as crianças comiam toda a sopa sem reclamar. Quem não comesse apanhava com vara de goiabeira e não havia psicólogo que tirasse a técnica do sagrado lar. Pronto! Todo mundo nutrido e bem resolvido!!!
Hoje ninguém toma sopa, o que se toma por aí é caldo de ervilha, abobrinha ou consomê de legumes… Invariavelmente em restaurante ou de saquinho de supermercado, e autoestima… Ahhhh esta já não se vende mais na feira!
Eu já vi autoestima em vitrine de joalheria chique. Eles até facilitam o pagamento em 10x sem juros, mas é preciso ter cartão Platinum para comprar e não se pode distribuir em casa.
Autoestima atualmente é um bem pessoal e intransferível. Por ser rara é demasiadamente cara e só pode comprar quem tem atestado de amor próprio! É exatamente aí que a coisa pega, porque este sentimento anda atrelado a uma tal aceitação global pesada…
Quantos amigos no Facebook, seguidores no Twiter e no Instagram uma pessoa precisa para se sentir “IN”? Porque mãe não consegue mais servir autoestima na sopa e vara de goiabeira dá cadeia… Então a coisa funciona assim: Ou você tem ou você não tem!
O pior de tudo é que de longe, no plano virtual, aparentemente todo mundo tem! Somos considerados a geração dos egocêntricos, do EU TENHO, EU POSSO, EU FAÇO, OLHA O QUE EU POSTEI HOJE…
O fato é que é tudo poeira superficial. Autoestima mesmo, auto-amor, auto-carinho, auto-dedicação quase ninguém tem. As pessoas procuram autoafirmação na opinião do outro. Precisam de um namorado para se sentirem felizes, precisam de um carro magnífico, um par de óculos fantástico, um sapato com a sola vermelha, uma bolsa com correntes, uma sapatilha bicolor e muitas fotos para se certificar de que todo mundo sabe o que se tem…
Não que eu seja contra o TER! NUNCA! Adoro coisas, me divirto com elas… Quando vejo um item-desejo na vitrine meu coraçãozinho consumista acelera de felicidade… Mas não são essas coisas que me tornam uma pessoa melhor, alguém a ser seguido, uma fonte de inspiração…
Minha mãe não teve 5 filhos, trabalhou a vida toda fora de casa, mas de certa forma eu ainda consegui ingerir minhas doses de autoestima na sopa! E vara de goiabeira? Arrepio só de pensar… Rsrsrsrs! Talvez foram as correções de chinelo que me fizeram entender que eu precisava SER ANTES DE TER qualquer coisa…
O que eu sei é que VOCÊ pode encontrar AUTOESTIMA dentro de você, em algum lugar perto coração, ao lado da consciência, totalmente grátis e livre de qualquer parcelamento. Para isso é preciso despir-se de pseudo-verdades, abdicar de muletas e encarar-se com AMOR!
Vende-se AUTOESTIMA “INSPIRED” na joalheria, porque a verdadeira não há preço que se possa pagar! 

Maysa Leão.


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MEU CONCEITO DE FELICIDADE

2 de junho de 2012

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Eu não tenho medo de críticas porque meu conceito de felicidade é outro… Aquele conceito de que é preciso ser aceita ou compreendida não me veste mais! Hoje eu sou feliz por tantas coisas quanto eu desejar… Não se trata de egoísmo, na verdade é pressa! Pressa em sorrir, pressa em gargalhar, pressa em ficar entusiasmada com o nada…
Hoje eu fico perplexa com um por do sol, escuto o entardecer e sinto a brisa. Hoje eu me permito passar o batom que eu quiser, vestir flores no inverno, vermelho de dia, e preto no verão. A tendência do momento sou eu! E com certeza a rainha do seu espelho deveria ser você…
Porque eu me despi de preconceitos e definições, porque eu escolhi não escutar as críticas desconstrutivas… porque eu aprendi a não esperar que o outro me sirva de carinho e atenção. Hoje eu me olho e gosto do que vejo. Hoje eu cuido, valorizo e não tenho vergonha alguma em me priorizar…
Hoje eu acordei mulher! Me despi de títulos, não sou blogueira, nem esposa, nem mãe… Hoje eu sou Maysa, aquela que se sonhou princesa aos poucos anos de idade e que hoje se sonha uma pessoa em busca de felicidade…
Eu decidi que sou feliz, doa a quem doer! Eu decidi dizer que eu amo, distribuir e coletar abraços, eu decidi que posso escolher o que quero fazer… Está na hora de você se encontrar, marcar um jantar consigo mesma na esquina da vida e contemplar aquilo que ainda deseja conquistar!
Está na hora de começar a dieta, sair que nem louca de bicicleta, passear no parque, reconciliar, gargalhar… Outro dia no teatro eu ouvi essa pergunta: Quando foi a última vez que você gargalhou? Achei perspicaz este termômetro, afinal quanto mais próxima e ligeira a resposta, mais decidida a sua vida está!
Eu quero gargalhar, eu quero sair pra dançar, eu quero comer carboidrato e não engordar, eu quero conversar, amar, abraçar… Quero encontrar com as amigas, fazer fofoca do bem, falar de moda, novela e comida… Porque os conceitos mudam, os preconceitos desaparecem, e a vida, é bem mais fácil de ser vivida quando você se encontra com a sua medida!
Bjo bjo bjo e um sábado animado!


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LOOK DO DIA: NA (MINHA) PRAÇA!

20 de abril de 2012

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Eu cresci na Praça, sou do tempo que as pessoas sentavam com suas cadeiras de corda na calçada. Ali em volta todo mundo era família… Tinha o pessoal do seu Magalhães, a família do Rodolfo, a mercearia do “papai noel”, que diga-se,  era meu querido vozinho, o seu Zé! Seu Zé tinha um armazem onde hoje “Bomba” o Bar do Azeitona, e ali inaugurou os “trabalhos” de sentar à beira da PRAÇA POPULAR no fim do dia, nas tardes de sábado, as vezes até no domingo… Muita gente já jogou “carteado” com meu avôzinho barba branca! Ai, saudade… 
Eu fui criada na Praça, e me arrepio quando escuto pessoas dizendo: “Tem que tirar logo essa quadra e fazer vaga de estacionamento…” Pois vaga de estacionamento não tem história, não marca a vida de ninguém. Meu irmão e muuuitos meninos que hoje são homens formados, como dizia minha bisavó, jogaram bola ali. Foi ali que ricos e pobres se nivelavam por horas e horas, quando eram iguais. O “Bom” da praça não era o carinha que pagava o condomínio mais caro, era aquele que fazia mais gols… Ali a chuteira de grife, se misturava aos pés descalços e no fim de umas 15 partidas, eles faziam cota e dividiam TUBAÍNA, sentados na calçada em frente ao Democrata, que à época foi Los Pueblos… Quem se lembra do primeiro Los Pueblos?

Eu andava de buguinho em volta da Praça, fazíamos corrida de bicicleta e patins… saíamos da piscina e molhados corríamos para a Sorela para comprar sorvete na conta da mãe… É, naquele tempo tinha conta na padaria, forma de pagamento: “anota aí tia, depois minha mãe vem pagar!” 
Naquele tempo não tinha o CRACK, não tinha aqueles meninos-zumbis querendo cuidar do carro, querendo desesperadamente qualquer Real que lhes possa financiar o vício… Tinha é claro uns marginais do bairro, marginal é quem vive à margem e eles viviam, do lado de fora dos condomínios de luxo… É claro que nada justifica a vida-bandida, mas à margem tudo é possível, toda revolta é explicável, mesmo que não aceitável… É claro que era diferente porque a gente sabia o nome das figuras… Quem cresceu na praça se lembra bem do CABEÇÃO e do LINCON, que vieram antes do crack, que sucumbiram a ele e que morreram na cadeia… viraram pó!
Mas tentando esquecer o lado triste, NA PRAÇA EU FUI MUITO FELIZ! Andava a pé o tempo todo, ia ao Ballet, aliás todas as minhas amigas iam a pé ao Ballet Caroline, Ali do lado na 24… Hoje em dia ninguém anda a pé, parece que o asfalto é mais quente, que a Isaac Póvoas é mais cheia… Sei lá!
Na Praça eu comi o pastel do Max, sem medo de engordar, é daí que percebo que faz tempo mesmo! Meus avós amavam almoçar na Peixaria Cuiabano, que um dia anoiteceu, mas não amanheceu… A gente chorou… Mas era a modernidade, tinha que demolir tudo o que era velho, porque o novo precisava habitar ali! 
A PRAÇA POPULAR, A MINHA PRAÇA mora no meu coração e de muitos, eu sei… Ela não parece com engarrafamento, buzina, barulho, fila… Não que eu desejasse impedir a evolução das coisas, imagine Cuiabrasa sem o burburinho da sua PRAÇA MAIS POPULAR? Mas eu consigo fechar os olhos e sentir o cheirinho de pizza do choppiza (amarelinho), ouvir o samba de sexta-feira, ver meu avô e minha avô passeando de mãos dadas, meus primos correndo, pequenos e felizes porque nada é melhor que brincar na casa da vó… 

Para quem quiser ler mais sobre a Praça, tem um texto lindo do meu “amiguinho de prédio”, que hoje é advogado por formação-profissão e escritor por aptidão, Bruno Boaventura (acesse AQUI), amei!!!
LOOK DO DIA: Chapéu H&M, Óculos Ralph Lauren, Camisa EPAÇO HYPE, Shorte MARIA FILÓ, Sandália Espaço Fashion (6 anos atrás) e Bolsa Michael Kors by MARIA FASHIONISTA (mariafashionistaecom@hotmail.com)
Bjo bjo bjo no coração!


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